quarta-feira, 25 de abril de 2012

Anita vai a África II

Um dia acabei de te escrever com uma promessa.
Uma promessa que sabia bem que iria cumprir. Não foi, nunca, uma promessa em vão, uma promessa que não foi pensada, que não foi querida, que não era expectável, que saiu sem sentimento. Foi uma promessa que veio do fundo do meu ser, da mudança que fizeste na minha vida, da visão que me ajudaste a enxergar, do meu coração de menina de 20 anos.

Um dia acabei de te escrever com uma promessa.
Jurei-te que haveria de voltar. Com todas as minhas forças e com toda a minha coragem bati nas teclas do computador ao escrever aquela última frase. Lembro-me como se fosse hoje, estava sentada no sofá da sala com as pernas "à chinês" com o computador por cima e chorei a cada letra que escrevi. Chorei, chorei e ficou o vazio.
Durante muito tempo senti esse vazio. Não sabia explicar, não o queria explorar, não me queria interrogar. Durante muito tempo, vim aqui a este blog para tentar combater esse vazio, essa dor, para te relembrar, para nunca deixar que a saudade e o tempo nos apagassem. Não te consigo explicar como só de ler um ou dois textos parecia que me encontrava, parecia que por momentos voltava aí, à terra do vermelho-alaranjado, a essa certeza certa que só tu me conseguiste dar.

Um dia acabei de te escrever com uma promessa.
Mais do que querer, passou a ser uma necessidade, uma busca incessante, uma vontade inexplicável, uma certeza incerta e uma sensação que o meu caminho tinha que voltar a traçar-te.

Um dia acabei de te escrever com uma promessa.
Prometi-te "Nada mais será como dantes. África hei-de voltar!".
Nada mais foi e voltarei, voltarei para ti, para me perder novamente na onda em que só tu me sabes levar.