sexta-feira, 31 de julho de 2009


Foto: Crianças que encontrei na rua na manhã de visita ao Mercado do Pau Preto


Pairo no ar. Parece que o tempo pára para mim. Paro, penso, reflicto. Vejam isto tem-me acontecido várias vezes. Nunca fui pessoa de reflectir muito sobre a minha vida. Sempre fui uma pessoa que vivi o momento, que toma decisões no momento, que reage de cabeça quente, que é impulsiva. Nunca fui de reflectir muito depois de agir, de pensar se agi bem ou mal. Ou melhor sim reflectia, mas no limite achava que não agiria muito bem. Nunca aprofundara muito a minha vida neste sentido.

África muda-nos. Se vos disser que já parei para pensar na minha vida imensas vezes as pessoas que me conhecem provavelmente dirão que não pode ser. É verdade. Vemos tanto à nossa volta que o sentimento de pequenez é inevitável de sentir.

Talvez esteja a ser confusa. Deixem-me ser clara. A forma como a minha vida era o centro da minha atenção aí, aí onde ainda pertenço (talvez não tanto como quando vim embora), e a forma como vejo a minha vida agora mudou. Acreditam que num mês a nossa visão da vida pode mudar? Acreditam que posso ver hoje com outros olhos?

Entendam... Os meus problemas num Mundo como África são uma pequena gota de água num oceano. No meio desta multidão, os meus supostos grandes problemas são meros problemazinhos. São ridiculamente pequenos.

Acreditem... África é como uma balança, a melhor balança de sempre. África ensina-nos a pesar os factos tal como eles são, África mostra-nos como se separa o que tem realmente importância e o que não tem, África deixa-me ver a realidade que tantas vezes me tentam ocultar. Garanto-vos. Nunca me achei tão ridícula por momentos que passei como me sinto quando aqui reflicto sobre o meu ultimo ano.

Este último ano passou-me na cabeça como um filme. Nestes últimos tempos tenho sido expectadora do meu último ano, do meu próprio filme. Nestas últimas semanas tenho-me criticado como nunca o tinha feito. Nestes últimos dias tenho tentado mudar como nunca o tinha tentado. Nestas últimas horas (já de semanas) tenho mudado sem me aperceber.




África ensina-me a encontrar o equilíbrio.

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