_ Mudar o mundo. – Parei. Nunca teria adivinhado aquela resposta. O objectivo dele era mudar o mundo. Todos queremos mudar o mundo, é verdade. Mas responder assim, apanhou desprevenida.
_ Mudar o mundo? – Pareceu-me uma resposta vaga, afinal de contas, de quantas formas podemos mudar o Mundo?
_ Sim, fazer um grande feito, um feito que faça todos um dia lembrarem-se de mim. – Interroguei-me sobre aquela resposta e acabei por ter uma vontade enorme de o interrogar. Afinal não queria ele mudar o mundo, mas sim ser inesquecível, inesquecível como só eu hoje sei, meu grande amigo.
_ Para mudar o mundo não precisas de fazer um grande feito. – Disse eu com aquela minha cara de verdade absoluta que ninguém me tira. Julgo-me quase sempre detentora da verdade, pelo menos da minha verdade.
_ Claro que precisas. – Bem, começara a primeira discussão entre dois grandes casmurros e aqui não lhe dei ponto, não podia ser. Como teimosa, persistente, nortenha, estudante de direito e casmurra que sou tinha de expor completamente a minha ideia. Não sairia daquele passeio sem o convencer da minha perspectiva de vida.
_ Mudando a vida de uma pessoa mudas o mundo. - Concluí eu, simplesmente, naquela tarde ainda quente com inícios visíveis de Outono o objectivo de toda a minha existência.
Esta frase é a razão porque hoje estou aqui.
Acredito, genuinamente, que mudo assim o Mundo, o meu mundo e o mundo de outra pessoa, agarrando-me à certeza de não ser esquecida desta forma.
Para quê realizar grandes feitos se poderei ser o grande feito para uma pessoa? Na minha cabeça, na minha perspectiva, na minha vida, encho a minha vulgar existência apenas assim.
Encontrei no Pumap, a base para a concretização. Encontrei nos olhos dos antigos pumadores o brilho quando falam desta experiência que um quererei ter. Encontrei naquelas pessoas uma família que acredita neste projecto tanto quanto eu. Encontrei depois da primeira selecção o meu primeiro grande desafio. Encontrei a partir daí uma superação constante a mim mesma. Encontrei naquelas reuniões uma “eu” que desconhecia. Encontrei naqueles cafés antes das reuniões grandes pessoas. Encontrei nos Bairros crianças que me ficaram para toda a vida no coração. Encontrei em cada lembrança me dada lá a satisfação do esforço que faço. Encontrei naquele email a avisar que tinha sido seleccionada definitivamente um projecto, o meu primeiro pequeno e verdadeiro projecto. Encontrei em todas as actividades que fazemos algo que saí das minhas próprias mãos. Encontrei no cansaço de cada reunião uma satisfação. Encontrei em cada discussão uma beleza nos outros. Encontrei em cada obstáculo mais força. Encontrei naquele grupo irreverência. Encontrei num simples projecto de papel uma realidade que levanto todos os dias com a minha força, eu e mais onze pessoas magnificas. Encontrei na minha ida a 1 de Julho uma enorme vontade e um frio na barriga. Encontrarei naquelas horas de voo a certeza do que faço. Encontrarei naquele povo a mudança da minha vida. Encontrarei no sorriso daquelas crianças uma forma de enfrentar o mundo. Encontrarei naqueles dois meses uma Ana que superará mais do que pensou que conseguiria. Encontrarei naquela escola uma razão para justificar a minha existência: tentar dar um futuro idolatrado a criança com futuro perdido. Encontrarei naquela casa mais do que amigos, uma família. Encontrarei naquela cor uma pureza maior que a minha. Encontrarei naqueles olhares uma energia que vou querer sugar para toda a vida. Encontrarei naquele ar húmido uma nova forma de caminhar. Encontrarei naquela realidade uma nova verdade. Encontrarei em cada pôr-do-sol uma boa razão para viver mais um dia. Encontrarei naquela terra a minha própria mudança do Mundo.
_ Mudando a vida de uma pessoa, mudas o mundo.
Acredito friamente nisto, sonho com isto. E acreditando que somos do tecido de que são feitos os nossos sonhos, eu sou a Ana, uma rapariga de 20 anos quase feitos, uma pequena leitora de livros, uma simples constante ouvinte de música, uma habitante deslocada, uma teimosa por natureza, uma fala-barato e uma “sem papas na língua” sem remédio, uma sonhadora insistente, uma forte crente nas suas ideias, uma detestável maníaca de ter sempre a razão e de a provar a todos, uma sorridente por natureza, uma irremediável devoradora de chocolate, uma vulgar estudante nortenha de direito que sendo do tecido desta apaixonante iniciativa, ingenuamente ou não, acredita que nos meses de Julho e Agosto irá mudar o mundo.
Para quê realizar grandes feitos se poderei ser o grande feito para uma pessoa? Na minha cabeça, na minha perspectiva, na minha vida, encho a minha vulgar existência apenas assim.
Encontrei no Pumap, a base para a concretização. Encontrei nos olhos dos antigos pumadores o brilho quando falam desta experiência que um quererei ter. Encontrei naquelas pessoas uma família que acredita neste projecto tanto quanto eu. Encontrei depois da primeira selecção o meu primeiro grande desafio. Encontrei a partir daí uma superação constante a mim mesma. Encontrei naquelas reuniões uma “eu” que desconhecia. Encontrei naqueles cafés antes das reuniões grandes pessoas. Encontrei nos Bairros crianças que me ficaram para toda a vida no coração. Encontrei em cada lembrança me dada lá a satisfação do esforço que faço. Encontrei naquele email a avisar que tinha sido seleccionada definitivamente um projecto, o meu primeiro pequeno e verdadeiro projecto. Encontrei em todas as actividades que fazemos algo que saí das minhas próprias mãos. Encontrei no cansaço de cada reunião uma satisfação. Encontrei em cada discussão uma beleza nos outros. Encontrei em cada obstáculo mais força. Encontrei naquele grupo irreverência. Encontrei num simples projecto de papel uma realidade que levanto todos os dias com a minha força, eu e mais onze pessoas magnificas. Encontrei na minha ida a 1 de Julho uma enorme vontade e um frio na barriga. Encontrarei naquelas horas de voo a certeza do que faço. Encontrarei naquele povo a mudança da minha vida. Encontrarei no sorriso daquelas crianças uma forma de enfrentar o mundo. Encontrarei naqueles dois meses uma Ana que superará mais do que pensou que conseguiria. Encontrarei naquela escola uma razão para justificar a minha existência: tentar dar um futuro idolatrado a criança com futuro perdido. Encontrarei naquela casa mais do que amigos, uma família. Encontrarei naquela cor uma pureza maior que a minha. Encontrarei naqueles olhares uma energia que vou querer sugar para toda a vida. Encontrarei naquele ar húmido uma nova forma de caminhar. Encontrarei naquela realidade uma nova verdade. Encontrarei em cada pôr-do-sol uma boa razão para viver mais um dia. Encontrarei naquela terra a minha própria mudança do Mundo.
_ Mudando a vida de uma pessoa, mudas o mundo.
Acredito friamente nisto, sonho com isto. E acreditando que somos do tecido de que são feitos os nossos sonhos, eu sou a Ana, uma rapariga de 20 anos quase feitos, uma pequena leitora de livros, uma simples constante ouvinte de música, uma habitante deslocada, uma teimosa por natureza, uma fala-barato e uma “sem papas na língua” sem remédio, uma sonhadora insistente, uma forte crente nas suas ideias, uma detestável maníaca de ter sempre a razão e de a provar a todos, uma sorridente por natureza, uma irremediável devoradora de chocolate, uma vulgar estudante nortenha de direito que sendo do tecido desta apaixonante iniciativa, ingenuamente ou não, acredita que nos meses de Julho e Agosto irá mudar o mundo.
Olá Ana!
ResponderEliminarAo ler isso, dou comigo a pensar naquele fado que no refrão canta "ai quem me dera ter outra vez 20 anos..." Já levo mais alguns (o dobro e quase mais cinco, que a idade é uma coisa maravilhosa, sobretudo quando nos lembra tudo o que vivemos) e gostei muito de ler este longo desabafo. O mundo precisa de mais gente assim, que se empenhe em querer mudar algo e que esteja disposta a fazer algo por outros sem esperar pela recompensa. Oxalá esses dois meses em Moçambique resultem numa boa experiência de vida, mas os seus 20 anos obrigam-me a alertá-la para uma dura realidade: a vida nem sempre é cor de rosa. Mas são as dificuldades que nos desafiam e nos fazem crescer. Quando as superamos, mais do que alívio, sentimos que estamos mais fortes, mais ricos. Coma muito chocolate quando sentir que precisa de força (não da física, mas da outra) que vencer os desafios da vida, que é o mais saudável anti-depressivo. E enquanto não escreve mais, convido-a a ler o que eu escrevo n' asviagensdealex.blogspot.com. Um beijo,
Alexandre Correia